Tese sobre Fotojornalismo PG12 - CONSIDERAGUES FINAIS

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Capmtulo VII

CONSIDERAGUES FINAIS

Conclusco

De todos os vemculos consultados, o znico que apresentou tiragem diaria foi o Zltima Hora. Nos demais vemculos, nco foi possmvel obter esses dados, pois nco constava nem nos espagos destinados aos seus respectivos expedientes e muito menos em suas redagues. Levando mais a fundo essa investigagco, constatamos que o controle das edigues nco i feito pelas empresas jornalmsticas, e sim por empresas especializadas, como o IBOPE e o IVC (Instituto Verificador de Circulagco).

Examinando os dados do IBOPE, percebemos que esta instituigco possui apenas as tiragens mensais de cada vemculo, pois sua fungco basica i mercadolsgica; em outras palavras, i detectar quais sco os vemculos mais consumidos pela opinico pzblica, e fornecer os respectivos mapas ` sua rede de filiados, que, na sua maioria, sco agjncias de publicidade. Seus boletins mensais do "servigo de venda avulsa de jornais", apresentam, em sua maioria, a data base de "dezembro de 1957" com percentuais de venda, nco sendo possmvel fazer uma projegco dos mesmos no permodo de agosto de 1954, relativo ` morte de Getzlio.

O IVC, por sua vez, tambim dispue apenas das "medidas mensais por semana", dos vemculos O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, no permodo referente ` morte de Tancredo. O Notmcias Populares filiou-se ao IVC somente em 29.07.1986, nco constando em seus arquivos os dados referentes ` sua tiragem no permodo em questco.

No entanto, devido ao fato de O Estado de S. Paulo ter veiculado uma edigco extra com a morte de Tancredo, caso raro na histsria desse vemculo, os dados relativos a essa tiragem foram mais faceis de serem obtidos, na prspria divisco de circulagco da empresa: 67.233, e do dia seguinte, 23.04.1985, 222.409 exemplares. O maximo que Wainer tinha obtido no dia da morte de Getzlio era o marco de 123.300 exemplares, em 25.08.1954.

Numa breve consulta ao Banco de Dados da Folha de S. Paulo pode-se encontrar os pontos maximos atingidos pela imprensa brasileira. Em escala de valores, o recorde da Folha, segundo artigo de Carlos Eduardo Lins da Silva, "atingiu 1.714.000 exemplares com a edigco extra da tabela de pregos congelados da SUNAB em 05.03.86, superior ` marca de 400.000 exemplares da edigco de 01.03.86, anunciando as novas medidas econtmicas do Plano Cruzado. A tiragem maxima atingida ati entco, havia sido a da morte de Tancredo Neves, com 330.000 exemplares". (Folha de S. Paulo, 06.03.86, p.12)

Apesar das poucas referjncias levantadas a respeito da tiragem dos vemculos em questco, pode-se perceber que os grandes momentos de vendagem dos jornais brasileiros certamente nco foram durante os momentos de crise abordados por este estudo.

Ponderando as tiragens dos vemculos dentro do crescimento urbano e do desenvolvimento polmtico de cada momento em questco, selecionamos, a tmtulo de ilustragco, O Jornal (RJ), ponta-de- langa do impirio "Diarios Associados", com o objetivo de melhor compreendj-las.

Esse vemculo, segundo Samuel Wainer, no final da dicada de 1940, "vendia em midia 9.000 exemplares. Com a publicagco do primeiro pronunciamento de Getzlio Vargas, em 2 de margo de 1949, afastado do cenario polmtico nacional desde 1945, vendeu, naquela quinta-feira, 180.000 exemplares". (Wainer, 1987, p.25)

Logo em seguida, com o langamento da candidatura do ex- ditador ` presidjncia em 19 de abril de 1949, "os jornais de Assis Chateaubriand comegaram a vender mais de 200.000 exemplares, e os adversarios de Vargas entraram em pbnico". (Wainer, 1987, p.28)

Essas cifras, analisadas dentro do contexto de sua prspria ipoca, nco seriam superadas nem com o suicmdio de Getzlio Vargas - o maximo atingido pelo Zltima Hora (SP), edigco de 30.08.1954, fora de 135.400 exemplares - e nem com a morte de Tancredo - o recorde da Folha de S. Paulo nesse momento, nco chegava a 400.000 exemplares na edigco de 22.04.1985.

As fotos de primeira pagina referentes ao permodo da morte de Getzlio, alim de deixarem transparecer as reais intengues de cada vemculo durante esse momento de crise e quais as solugues propostas em cada um deles respectivamente, evidenciaram ainda nosso pressuposto levantado no inmcio deste estudo: que a fotografia nco ss nasceu, como seu prsprio desenvolvimento somente seria possmvel dentro do contexto industrial.

As sociedades em crescente processo de industrializagco trouxeram dentro de si mesmas as condigues favoraveis, num momento propmcio para a adogco de algo "aparentemente velho", pois a humanidade ja tinha conhecimento do princmpio da ticnica fotografica desde a Gricia Antiga, com Platco.

E tais condigues favoraveis, mais especificamente no cenario brasileiro, seriam encontradas ` medida em que o capitalismo industrial se instalava mais profundamente, ou seja, a partir do inmcio da dicada de 1950, com o governo de Vargas, apesar de estarmos bem aquim das expectativas das grandes metrspoles europiias e norte-americanas.

Esta nova fase da economia brasileira erradicava as zltimas remanescjncias deixadas pela aristocracia rural no discurso fotojornalmstico: os semblantes de homens pzblicos ou personalidades de reconhecido valor, antiga tendjncia oligarquica de falsear com o intuito de idealizar cada rosto fotografado para que a sua imagem ficasse mais prsxima do tipo nobre do prmncipe. Estes foram substitumdos por fotos de agco, colhidas no dia a dia, com a presenga explmcita das classes populares, interpretadas pela visco de mundo de cada vemculo. A tendjncia para o monumental, o cerimonioso, o rococs e o solene cede seu lugar a uma mensagem visual de maior espontaneidade e intimidade com seus leitores.

No contexto brasileiro, a classe midia passa a se constituir, no nzcleo difusor de ideologias, o ponto midio do aspirado regime democratico, o divisor de aguas e o centro de gravidade da nova sociedade civil imediatamente atras do processo de modernizagco econtmica avangada, iniciado com Getzlio, em 1951. E i a partir desse momento que a Folha comega a se preocupar em ser o porta-voz dessa classe, a se identificar tambim com ela e a defender seus direitos. Desde o primeiro momento a sua linha de atuagco pretendeu ser mais ampla, procurando atingir tambim os outros segmentos logo mais acima e abaixo da classe midia, atendendo a faxia do mercado que nco era adepta da vertente tradicionalista de O Estado de S. Paulo e muito menos da vertente nacional-populista de Zltima Hora. Esse espago intermediario, entre as classe populares e as tradicionais elites, correspondia, em termos praticos, ` prspria classe midia, que tambim passaria aos poucos a ter o seu prsprio jornal.

O permodo de 1945 a 1964, delimitado pelo tirmino do Estado Novo e pelo advento do Golpe Militar de 31 de margo, nos mostrou que o que estava basicamente em jogo na polmtica brasileira era a possibilidade de se chegar a um modelo democratico de convivjncia, demonstrado pelas fotos e manchetes de primeira pagina dessa ipoca. Os valores tradicionais de convivjncia social e polmtica foram se modificando ` medida em que a expansco da economia capitalista criava novos interesses e impunha outros pontos de referjncia para o comportamento individual e coletivo. A partir do zltimo governo de Vargas (1951-1954), o Brasil transformou-se numa civilizagco predominantemente urbana, pressionando tambim a transformagco da economia rural que foi, gradualmente, adaptando os modos tradicionais de produgco ` crescente demanda urbana e industrial por alimentos e matirias primas. Trabalhadores, empresarios e proprietarios rurais nco formavam, contudo, grupos homogjneos, com interesses comuns. O pluralismo que caracterizou a evolugco recente da sociedade brasileira decorre justamente da heterogeneidade que divide trabalhadores, empresarios rurais e urbanos em varios segmentos. Estas diferengas fundamentam-se na variedade de situagues a partir das quais os indivmduos se organizam para o desempenho de suas especmficas atividades. Alguns segmentos passam a produzir bens, outros, servigos; uns produzem em escala reduzida, outros em larga escala; uns trabalham e produzem em regiues pobres, outros em regiues ricas. Portanto, am reside o maior problema polmtico de uma sociedade pluralista que passa a ver na democracia o melhor modelo de convivjncia: como criar instituigces capazes de assegurar a representagco de todos os interesses que aspiram a influir no processo decissrio. Este discurso, presente no dia a dia do fotojornalismo, estara muito mais acentuado nos momentos de crise, pois nesses permodos os vemculos vco se apegar muito mais ` fotografia, para nco abrir mco de suas convicgues

O regime militar pts em pratica uma polmtica econtmica que resultou na superagco definitiva do Brasil tradicional. Completou-se, assim, a toque de caixa, o processo de modernizagco econtmica avangada, iniciada com o zltimo governo de Vargas. A produgco fotojornalmstica dos vemculos em questco, dentro do contexto atual das grandes metrspoles do mundo capitalista, no entanto, ainda se encontra na fase de transigco. O atraso da modernizagco polmtica brasileira foi consequjncia direta da defasagem entre a infra e a super estrutura, resultando na faljncia coletiva das elites organizadas nos partidos, sendo a principal causa do advento da ditadura militar em 1964. E, assim, assistimos as instituigues polmticas serem mudadas a reboque das exigjncias da nova polmtica econtmica.

A faljncia da experijncia democratica no Brasil deveu-se, em boa medida, ` imaturidade das elites polmticas. Vimos que apenas um punhado de polmticos e nenhum dos grandes partidos convencera-se da necessidade inadizvel de promover mudangas na economia e no padrco de distribuigco do poder. As reformas de base apareciam para a maioria das elites como uma ameaga a priviligios que consideravam como direitos. Um aprendizado defeituoso da polmtica lhe impedia de ver estas reformas como exigjncias colocadas pelo prsprio ritmo da modernizagco econtmica e do consequente pluralismo social.

A lenta evolugco da linguagem fotojornalmstica tem sido em decorrjncia deste contexto. A transigco brasileira foi tco demorada que a imagem da ditadura se apagou no passado, enquanto problemas mais prementes ocuparam seu lugar. Foram, alias, esses problemas, de carater conjuntural, que levaram a uma hostilidade realmente maciga contra o regime militar que ja agonizava. Nem o fotojornalismo e nem a maioria da populagco nunca manifestou qualquer oposigco mais consistente; limitou-se a flutuar ao sabor das variaveis econtmicas e a assistir a tudo bestializada. As tarefas realizadas pelo regime militar nco se distinguiram pela sua novidade. Aprofundavam as tendjncias do desenvolvimento brasileiro que remontam ao varguismo e ganharam forma na democracia populista (1945-1964): centralizagco administrativa, ampliagco dos poderes do Estado a fim de garantir uma industrializagco veloz e induzida, internacionalizagco da economia para assegurar recursos necessarios ` sustentagco de desenvolvimento. As consequjncias - aumento do abismo entre uma sociedade integrada na economia de mercado e outra ` margem dela, urbanizagco desenfreada, destruigco dos valores tradicionais, religiosos, culturais, intelectuais e artmsticos, e, mais especificamente, o prsprio desenvolvimento natural da sintaxe fotojornalmstica - tampouco foram inauguradas pelo regime militar, que apenas agravou a situagco.

Entretanto, o permodo da morte de Tancredo nos mostrou que a produgco fotojornalmstica dos jornais abordados por este estudo ainda se encontrava na sua fase de transigco, e, ao mesmo tempo, evidenciou que estas imagens evolumram, passando a ser um "subproduto integrado" de um grande produto cultural industrializado que i a prspria imprensa. Sua fungco mercadolsgica, dentro do atual contexto, conforme vimos, tambim se justifica em uma constante preocupagco com a precisco da informagco. Dessa forma, a objetividade jornalmstica i fruto nco ss de seu momento histsrico, como tambim da evolugco das prsprias instituigues polmticas de nossa sociedade. Assim, tanto o texto jornalmstico, como as prsprias fotos, estco cada vez mais comprometidos em assimilar o macrossistema semistico, em adquirir uma percepgco cultural e detectar a rede de esteristipos, sem se submeter, mas sensibilizando-se com as coordenadas ideolsgicas da comunidade de que a imprensa i o seu vemculo.

Contudo, os jornais possuem o seu prsprio perfil para captar, interpretar e veicular a sua concepgco de realidade e objetividade. Para melhor compreendermos isto, utilizaremos os manuais de redagco dos vemculos de prestmgio selecionados por este estudo, O Estado e a Folha, dado ` sua grande influjncia histsrica de persuasco nas elites pensantes do pams. Consultando os manuais de redagco desses orgcos, conclummos que, quanto ao conceito de "objetividade", fundamental para entendermos a conduta dos mesmos, tanto no discurso verbal quanto visual, o de O Estado i muito prsprio e distinto em relagco ao da Folha. O primeiro vemculo dispue de uma pagina de editoriais e de articulistas especializados, que emitem suas opiniues sobre os acontecimentos. Nas paginas seguintes, salvo os casos previamente discutidos e autorizados, a conduta se restringe apenas a relatar os fatos. Assim, para OESP, o discurso jornalmstico deve ser objetivo e impessoal. Cabe ao homem de imprensa passar os dados ao leitor, para que este tire suas prsprias conclusues. A sua objetividade, "relato fiel de cada pormenor de um evento", conforme dita seu manual, depende da credibilidade do texto. Nesses termos, se pode compreender porque OESP nco apresenta constantes mudangas em seu editorial, mantendo ainda as mesmas caractermsticas no inmcio deste siculo.

Mas, por outro lado, a FSP apregoa que "nco existe objetividade em jornalismo". (Manual Geral de Redagco, 1984, p.63) Ao redigir um texto ou mesmo ao edita-lo, o jornalista toma uma sirie de decisues que sco, em larga medida, subjetivas, influenciadas por suas posigues pessoais, habitos e emogues. Isto, porim, nco exime o profissional da sua primeira obrigagco: a de ser o mais objetivo possmvel. Para retratar os fatos com fidelidade, seja por forma escrita ou fotograficamente, reproduzindo a forma em que ocorreram, bem como suas circunstbncias e repercussues, o profissional deve procurar vj- los com distanciamento e frieza, o que nco significa apatia nem desinteresse. A tmtulo de ilustragco, o manual da FSP cita "um cirurgico que deve ser frio, mas nco pode ser apatico", (Manual Geral de Redagco, 1984, p.63) e por fim recomenda consultar os colegas de redagco e procurar lembrar-se de casos analogos ocorridos no passado, como dois procedimentos essenciais que podem auxiliar na ampliagco da "objetividade possmvel". Em smntese, a Folha pondera que a sua edigco esta plenamente de acordo com o seu jornal. Seus jornalistas possuem maior liberdade de movimentos, e o seu jornal, na pratica, i mais coerente com seus princmpios. No entanto, na edigco da morte de Tancredo, a FSP assumiu uma conduta de distanciamento e frieza muito mais profunda do que a prspria expectativa de seu manual. Mas, por outro lado, se no dia a dia OESP tem se mostrado mais tendencioso, pois a notmcia veiculada i constantemente manipulada, na sua edigco extra referente ` morte de Tancredo, a sua manipulagco e emotividade foram levadas a extremos.

A objetividade, em suma, i a essjncia do discurso jornalmstico, embora os manuais de redagco insistam em atribuir o mesmo tipo de tratamento para a linguagem escrita e fotografica. O fotojornalismo, conforme ja foi dito, preenche uma fungco muito especmfica dentro do universo da imprensa. O impacto da imagem i fundamental, e a carga informativa i imprescindmvel. A fotografia de jornal ja tem um objetivo previamente tragado, e por isso nco pode se aprofundar em consideragues estiticas. Sua fungco basica i transmitir informagues e passar mensagens informativas que satisfagam as necessidades do leitor. A mensagem fotografica atinge uma populagco especmfica, uma camada social ja definida e por isso a sua linguagem ictnica deve ser clara e isenta de jogos de decodificagco. A fotografia transmite ao leitor a informagco instantbnea. A qualidade ticnica e estitica da imagem tambim deve ser ponderada, para facilitar a passagem da informagco e permitir que tudo seja melhor lido e melhor compreendido. I na fotografia de imprensa que se pode estar mais prsximos do desenrolar dos acontecimentos. O fotsgrafo tem que reconhecer, em uma fragco de segundo, o significado do fato, e organizar, de forma rigorosa, todos os elementos visuais que melhor exprimam esse fato. A fotografia tem como fungco atrair a atengco para a notmcia antes dela ser lida, e, nesse aspecto, a fotografia i znica. Para tanto, o fotsgrafo de imrensa precisa ter o poder de smntese. Deve compreender que no espago da sua notmcia ss cabe uma imagem, e que se a notmcia nco for "quente" ou a foto nco for boa, o seu material pode nco ser publicado. Por isso i comum encontra-lo em campo durante a reportagem, ` procura da imagem que represente o momento preciso, onde fique resumida a maior gama de informagues possmvel. A produgco fotojornalmstica i um acontecimento dinbmico, do qual o profissional tem que captar uma imagem que exprima o momento visual significativo daquele evento; os personagens e as suas relagues com o espago e com a circunstbncia. Esta produgco fixa um acontecimento e as suas impressues. O fotsgrafo i o intermediario visual entre a notmcia e o mercado leitor. I o ponta-de-langa que atesta que o vemculo se deslocou ati la, demonstrando que a redagco do jornal nco i uma coisa inerte, com uma equipe sedentaria e acomodada em receber as informagues. Nco i possmvel imaginar a imprensa sem a fotografia. Ao contrario de ser um acesssrio, um elemento decorativo, a imagem fotografica i a engrenagem necessaria que move um grande mecanismo: a empresa jornalmstica. Mas apesar de tudo, a imprensa ainda considera o fotsgrafo um profissional de segunda classe, por privilegiar a imagem escrita.

Outro fator levantado com relagco ao fotojornalismo i a atuagco da sua mensagem enquanto relato histsrico. As teorias histsricas sco sempre relativamente provissrias, e estco em constantes mudangas, mas as fotografias de jornal ficam. Nesse sentido, as de produgco fotojornalmstica sco tambim caracterizadas por fatos histsricos. A fotografia, como todo fato histsrico, i contemporbneo e eficaz, pois produziu ou produz efeito. I produtiva na satisfagco de necessidades especmficas da vida, sendo tambim capaz de satisfazer `s novas necessidades. I singular e individual, pois como todo o fato histsrico, se distingue de todos, sendo znica e qualificativa. O efeito da sua mensagem i irreversmvel. I impessoal, enquanto o ato i pessoal. I tambim, ao mesmo tempo, znica e complexa, ` dialitica e seu discurso visual instantbneo ` breve na agco e duravel nos efeitos. Portanto, como documento histsrico, a fotografia de imprensa ainda traz dentro de si todos estes fatores e implicagues, e com teor mais profundo em relagco ao texto jornalmstico, se levarmos em conta a vasta gama de informagues e as respectivas informagues que a sua imagem pode desencadear.

Os dois momentos de crise abordados por este estudo evidenciaram que a imprensa, enquanto produto impresso, i um gjnero de primeira necessidade, que atende a um segmento do mercado, com o qual esteja estreitamente relacionado, pois veicula informagues diretamente relacionadas com a vida de seu consumidor final, o leitor. Estes dados precisam ser facilmente consultaveis e manipulaveis, suprindo a lacuna deixada pela midia eletrtnica, como i o caso de cotagues, tabelas, programagues e outras. Uma das qualidades essenciais do jornalismo impresso i proporcionar a retengco de informagues, e nisto a fotografia tambim tem capital importbncia. Assim, i necessario que a informagco tenha sido previamente preparada, bem detalhada e possivelmente acompanhada de uma analise, ja que o leitor i inseguro e procura este tipo de produto para assegurar suas convicgues. Neste contexto, a criatividade jornalmstica se justifica em se concentrar inteiramente no levantamento de dados da matiria, e nco na maneira de escrevj-las. Esta conduta tambim i valida para a fotografia.

Como produto cultural gerado pelo desenvolvimento do capitalismo industrial, o jornalismo impresso nco escapa ` exigjncia primeira do mercado, que i a sua receptividade. Nco cabe a ele suscitar poljmicas, quer seja na linguagem escrita, quer na fotografica, mas detecta-las, reforgando a opinico pzblica.

A indzstria jornalmstica atual tende, cada vez mais, a uma completa homogeneizagco. Normas sco, cada vez, mais impostas aos jornalistas, que nco podem mais ignora-las, para que a fatia do mercado conquistado pelo seu vemculo continue sendo satisfeito. Como excegues as regras, permanecem ainda as crtnicas, os artigos assinados e as colunas.

O padrco de qualidade de cada vemculo i mantido pelos seus respectivos manuais de redagco, cuja fungco principal i facilitar a compreensco do leitor e, ao mesmo tempo, aumentar seu grau de retengco nas informagues publicadas. Neste sentido, a imprensa brasileira ja possui exemplos classicos de orgcos que obedecem rigorosamente a seus manuais e apresentam um produto final homogeneizado e compatmvel com as exigjncias do mercado, como i o caso da Rede Globo de Televisco e da Folha de S. Paulo, embora esta zltima ainda atribua ` imagem fotografica o mesmo tipo de tratamento em relagco ao texto jornalmstico.

Contudo, nco acreditamos que, apesar disso, a civilizagco industrial caminhe para a homogeneizagco cultural. Para nss, o conceito de permanjncia das estruturas mentais na longa duragco da histsria tambim esta presente no contexto atual. Se concebemos a ideologia como um fato - a engrenagem mestra da reprodugco das relagues de produgco e, consequentemente de sua superagco - esta precisa ter uma expressco material; caso contrario, seria um fantasma. Nesses termos, fica facil compreender que a ideologia dominante nco se limita apenas a ser conservadora em fungco da necessidade de sua perpetuagco; o seu enramzamento nas formas das coisas e dos seres i tco profundo que ela tende a se conservar mesmo depois de ultrapassada a situagco que a originou. A cristalizagco da estratigia do signo tambim esta na imprensa. Pudemos facilmente detectar sua presenga no Notmcias Populares em relagco ` sua atitude de exclusco das camadas populares na discussco polmtica, e em O Estado de S. Paulo em relagco ao seu tradicionalismo imutavel. A cristalizagco da Folha de S. Paulo, por sua vez, se justifica no prsprio desenvolvimento da classe midia, conforme vimos. De qualquer forma, nco devemos limitar a concepgco da ideologia como mera expressco do mundo das idiias, mas procurar abri-la para a expressco de relagues sociais concretizadas e viabilizadas em instituigues e praticas materiais, da qual o prsprio fotojornalismo i parte integrante.

Por fim, nco basta nos referirmos apenas `s permanjncias, pois o novo sempre aparece na forma como as tradigues sco reinterpretadas pelos indivmduos. A dialitica entre a cultura das elites e a cultura popular, compreendidas dentro de uma perspectiva antropolsgica, contribui diretamente para que essa homogeneidade nco ocorra. A atuagco da prspria imprensa, no que diz respeito ao fotojornalismo, tambim faz parte desse processo, ja que cada vemculo capta e interpreta ` sua maneira o contexto histsrico vivido e o seu discurso esta sintonizado com o seu respectivo mercado de leitores. E, conforme ja vem ocorrendo com a imprensa e as suas imagens, sempre vco existir outros novos modos particulares de apropriagco dos dados polmticos, histsricos e culturais.

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Analise sobre ipocas

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-- Enio Leite (focus@focusfoto.com.br), February 19, 2000


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